Reconhecimento da Palestina e a Declaração de Nova Iorque: um marco para a solução de dois Estados
- Comunicação Caese
- 25 de set.
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No dia 12 de setembro de 2025, a Assembleia Geral da ONU aprovou a Declaração de Nova Iorque sobre o regime pacífico da questão da Palestina e a implementação da solução de dois Estados. A resolução foi adotada com 142 votos a favor, 10 contra e 12 abstenções, após uma conferência internacional de alto nível realizada em julho de 2025 em Nova Iorque.
Este reconhecimento diplomático, ainda que simbólico, representa um passo significativo no longo percurso histórico iniciado em 1947, quando a ONU aprovou a partilha da Palestina. Desde então, a região tem vivido entre promessas de paz e ciclos de violência, em meio a negociações interrompidas, tensões crescentes e desafios estruturais.
Desafios persistentes
A solução de dois Estados continua a enfrentar obstáculos complexos:
Fronteiras indefinidas e a expansão de assentamentos.
Estatuto de Jerusalém, cidade de importância central para três religiões.
Direito de retorno dos refugiados palestinos.
Segurança regional em um contexto de instabilidade política.
Mais do que declarações e gestos simbólicos, será necessário compromisso político real e cooperação internacional para transformar o reconhecimento em avanços concretos para a paz.
O Acordo de Abraão e as novas dinâmicas regionais
Assinado em 2020, o Acordo de Abraão aproximou Israel de vários países árabes, inaugurando uma nova lógica de relações diplomáticas e econômicas no Oriente Médio. Contudo, também trouxe à tona uma questão fundamental: qual será o lugar da causa palestina nesse redesenho geopolítico?
Um horizonte possível
O reconhecimento da Palestina por um número crescente de Estados e a aprovação da Declaração de Nova Iorque marcam um momento de inflexão na diplomacia internacional. Ainda assim, a viabilidade da solução de dois Estados dependerá da capacidade de transformar o simbolismo das bandeiras em garantias de paz, justiça e dignidade.
Mais do que dois Estados, trata-se de construir um Estado de paz e um Estado de justiça. Sem ambos, nenhum futuro será sustentável.
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